Salve pessoas, mais uma parte de Kramer, eu sei que ta atrasadinha mas tive alguns problemas com um blog o qual era autor e administrador mas agora voltemos a história escrita para o blog =D
Anteriormente...
-Boa noite senhor Kramer.
Retrucou o sujeito (Nessa hora voltei a suar frio, o diabo sabia meu nome,
pensei).
Sorri singelamente para o homem esperando uma
lavareda de chamas me engolir e acabar com aquela loucura mas em vez disso ele
me estendeu a mão e se apresentou:
-Boa noite senhor me chamo Shamir Malachai,
vim a mando do Sr. T, desculpe estar importunando a esta hora mas como estava
próximo e já com o material para o senhor espero que não se importe de
recebe-lo hoje mesmo.
Senti que uma imensa pedra rolasse de minhas
costas, o Abutre a minha porta era um empregado do T, sorri contente e levantei
o braço na intenção de repousar minha mão sobre seu ombro e o convidei a subir
para uma doze de whisky, o homem sorriu e disse que ficaria para uma outra vez,
dirigiu-se até até seu carro e do banco de trás de seu Opala verde metálico
retirou uma caixa de papelão com os arquivos, e eram muitos, abracei a caixa
como quem abraça um filho, nos despedimos e completamente distraído subi para o
apartamento com aa caixa em meus braços, depois que entrei me dei conta de onde
estava, respirei fundo e recitei alguma palavras do Torá para minha proteção,
depois que varri os cacos de meu já destruído abajur e arrumei os papeis e a
risonha caveirinha na geladeira coloquei-me a ler tudo, tudo, detalhe a
detalhe, depositei sobre minha escrivaninha um calhamaço de papel branco e
lápis e caneta, fui anotando tudo que achava relevante, ao fim da noite quando
vi o sol despontando por entre os pequenos prédios de minha rua me dei conta
que havia preenchido cerca de trinta folhas de papel e que meu whisky havia
terminado, então me coloquei a fazer um bule de café e a re-lêr tudo que havia
escrito.
Datas que se repetem, ciclos que se fecham ano
a ano, referencias e anotações de outros investigadores, cruzei o que pude,
chequei em meus arquivos se havia casos parecidos e nada, eu estava deixando
algo escapar.
Dei ao assassino um nome, talvez para me
sentir mais confortável ao lidar com ele, o defini como O Florista, precisava
ver as cenas do crime, fiz algumas ligações e descobri que a casa do ultimo
assassinato ainda estava lacrada pela policia, as demais já haviam passado por
reformas e pintadas, resolvi ir até la.
Chegando ao endereço vi que era uma casinha
simples no subúrbio da cidade, uma pintura desbotada e descascando em algumas
partes, um branco encardido, o telhado se telhas de argila de um modelo que já
não se fabrica mais e enegrecido pela poluição da cidade, uma grade de ferro
fechava a frente da casa com setas pontiagudas em sua extremidade afugentava
qualquer um que pensasse em pular a tal grade, era uma boa casa, uma varandinha
na frente com ganhos para pendurar uma rede dava o toque final em sua fachada,
achei charmosa.
O portão estava cadeado mas nada que dois
clips de papel e uma experiência em arrombamento adquirida no batalhão não
resolvesse, só precisei ficar atento aos passantes, sorte minha não havia
ninguém na rua. Entrei no quintal pouco conservado da casa, sua grama estava
amarelada e pobre, falta de adubo e agua, caminhei pelo quintal
despreocupadamente, eu ainda carregava meu distintivo antigo e poderia mentir
me passando por policial, o sol estava escaldante naquela manha como no dia anterior,
um passadouro pavimentado sobre a terra para guardar o carro chamou minha
atenção, foi azulejado com minúsculos cacos coloridos formando um mosaico
encantador, uma obra antiga pensei pois hoje ninguém teria tempo de brincar com
aquilo mesmo em seus finais de semana, fui entrando no quintal indo mais ao
fundo, la havia um grande pé carregados de carambolas, grandes e suculentas,
não me contive e colhi umas três enquanto examinava o quintal, fui até o fundo
do quintal e sondando metro por metro com os olhos me deparei com algo um tanto
incomum, no fundo do quintal onde as cercas laterais e a do fundo se encontram
existia uma pequenina “pedra” de Anil, esse que se compra para alvejar roupas
brancas dando um tom mais limpo, achei estranho, mordi uma carambola e pensei
naquilo, nunca tinha visto tal coisa, uma pedra em cada canto, realmente muito
estranho, caminhei até a porta dos fundos da casa e com ajuda de outro truque
policial penetrei em seu interior, ainda se podia sentir o forte cheiro de
sangue seco no ar, uma grande mancha escura de sangue estampava o crime no
tapete da sala, escorrerá do sofá onde o homem descansava, caminhei mais dentro
da casa, era uma casa muito bem organizada, cada coisa em seu lugar, no
corredor que ligava a cozinha a sala e os adjacentes aos quartos era de
exelente bom gosto com quadros com molduras simples em tons de tabaco expondo
fotos de momentos agradáveis em família ou com amigos, alguns bibelôs de louça
descansando em suas delicadas prateleiras aparafusadas a parede a uma altura
próxima aos olhos, uma pintura suave em tons pasteis, do azul ao salmon, cheguei
ao quarto de visitas e tudo estava em ordem, muito moderno para o restante da
casa com uma cama sem requinte e um guarda-roupas liso feito em série, o quarto
do casal destacava-se, entrei, logo na entrada uma bela penteadeira deixando a
mostra a vaidade da esposa, suas maquiagens, seus perfumes, cremes e uma
caixinha marchetada muito bem feita onde guardava seus remédios, um espelho
quadrado mas com uma moldura talhada a mãe em madeira ornando-o como um quadro
caríssimo, toda a penteadeira era de
madeira escura, o guarda-roupas era algo que pdoeria dizer ser herança de
família, com seus pés talhados a mão em forma de semi-arcos e uma marchetaria
que subia em suas portas em forma de grade para arejar seu interior, todo
escurecido com betume e envernizado, poderia compra-lo se os donos ainda
estivessem vivos, a cama era um tanto escandalosa para ser de uma família
humilde, com colunas de madeira também trabalhadas a mão em forma espiralada
subia até perto do forro como as camas de filmes antigos mas esta não
sustentava qualquer armação para tecido ou tela para manter mosquitos longe,
uma cabeceira arredondada e acolchoada a qual esbocei um sorriso, era perfeita
para ler enquanto estava se preparando para dormir podendo recostar o corpo
sentado, quase um encosto de sofá, tudo ali era antigo, os criadinhos, pequenas
mesinhas que até anos atrás era comum se ver em qualquer quarto com suas
gavetinhas todos trabalhados em madeira, toda a mobilha fazia parte de um único
conjunto, talvez herança que passou de geração em geração, tirando o fato da
imensa e escandalosa mancha de sangue negro que se espalhou pelo lençol branco,
ali morreu a esposa.
Revirei a casa toda, não encontrei nada,
nenhuma pista, já estava perdendo as esperanças quando abri a porta da frente
para sair, quando a fechei vi algo inusitado no batente da porta, vi uma marca,
um quadradinho achatado como um V sobre outro V de ponta cabeça, anotei tudo, a
rua estava deserta, eram cerca de nove horas da manha e a maioria das pessoas
estava trabalhando ou na frente de um ventilador, esse ano todo estava
estranho, os especialistas na TV diziam que era o efeito de um fenômeno chamado
de El Ninõ que mudava as estações, estávamos quase no inverno mas sensação era
de que eu estava num inferno com todo aquele calor.
Quando fechei o cadeado no portão da frente e
olhei para a casa quase tive um chilique, saltei para trás e fui de costas
caminhando para a rua sendo parado apenas pelo espalhafatoso som de uma buzina,
por pouco não fui atropelado, eu havia visto mesmo que de relance uma pessoa
olhando para mim da janela da frente da casa, a silhueta de uma mulher de
cabelos longos e loiros por entre o vidro canelado da janela, me faltou ar,
ajoelhei-me no chão soltando o peso de meu corpo sobre meus braços e olhei
novamente para a casa, não havia mais nada lá.
Nos vemos no próximo post!
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